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20.3.07

13 policiais mortos no rio- e a força federal a policia cenografica estava la fazendo oque?











OS REPÓRTERES perguntam sobre os casos de violência no Rio e o governador Sérgio Cabral responde como sociólogo, antropólogo, senador, presidente, tudo.
Menos como governador, o responsável pela área de segurança do Estado.
Balas perdidas, mortes no sinal, menino arrastado, ataques à polícia, governador? Tem que mudar a lei da maioridade penal, incluir os menores, descriminalizar as drogas, escolher que sociedade nós queremos, tergiversa.
Muda governo, variam os comandos das polícias e o jeitão das políticas, mas o mal-estar permanece. O motivo é um só: não se tem a mínima idéia de como criar uma política de segurança capaz de transformar em exceção o que hoje parece rotina: balas perdidas, mortes no sinal...
O secretário de Segurança, neste início de gestão, tem sido visto com freqüência em missas de vítimas da violência, enterros de policiais ou manifestações pela paz. É tempo de luto e ele tem sido solidário, mas é pouco. Como romper o ciclo que deixa crianças como a pobre Alana ou o remediado João Hélio no rumo de uma tragédia?
Se antes da ofensiva das milícias já estava difícil identificar os limites entre o banditismo e a ação de certos policiais e políticos, agora ficou quase impossível.
O crime até hoje não esclarecido de um policial que chefiava a milícia mais antiga do Rio, na favela de Rio das Pedras, é emblemático. A viúva acusou um vereador. O vereador foi cabo eleitoral para deputado federal do filho do prefeito -um entusiasta das ações das milícias. O assassinado, por sua vez, fez campanha em seus domínios para o ex-secretário de Segurança e foi assessor do chefe da Polícia Civil no fim do governo anterior.
Essas ligações nada provam. O que impressiona é a desenvoltura com que certos personagens envolvidos até o pescoço com o submundo transitam por gabinetes de todos os níveis.
Não surpreende que esse crime, no coração das milícias militantes, esteja ainda sem solução. Outros tantos, com menos implicações, têm o mesmo destino. Os casos se acumulam e a polícia pouco investiga. Costuma dar respostas somente àqueles que ficam em evidência na mídia.
Nesta semana, o governador do Rio de Janeiro -acompanhado por Aécio Neves, de Minas Gerais- vai à Colômbia em busca de inspiração para combater a violência. Na volta, poderia tentar separar quem é polícia e quem é bandido por aqui. Seria um bom recomeço. Depois, fica liberado para filosofar à vontade na construção de sua agenda -digamos- nacional.

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